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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

19 de Agosto Dia do Historiador

Em comemoração ao Dia do Historiador: Joaquim Nabuco!
O motivo? Ele nasceu no dia 19 de agosto de 1849, foi um dos maiores abolicionistas deste país. Também foi político, diplomata, jurista, jornalista, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e... Historiador!

Político, diplomata e abolicionista em Pernambuco, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu em 19 de agosto de 1849, em Recife. Faleceu em 17 de janeiro de 1919, em Washington, EUA.
 Era filho de José Tomás Nabuco de Araújo e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo. Seu pai era senador, jurista e político baiano. Joaquim Nabuco estudou no Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro. Tornou-se bacharel em Letras.
 Casou-se com Evelina Torres Ribeiro, filha de José Antônio Soares Ribeiro, o I Barão de Inhoã. Teve cinco filhos: Maurício (diplomata), Joaquim (sacerdote), Carolina (escritora), Mariana e José Tomas.
 Foi para São Paulo e m1865, para cursar direito. Concluiu o curso em 1870, na cidade de Recife. Ingressou no serviço diplomático, trabalho como adido de primeira classe em Londres e Washington entre os anos de 1876 a 1879.
 Era oposto à escravidão, e contra ela lutou em suas atividades políticas e como escritor. Em 1879, na Câmara dos Deputados, realizou campanha contra a escravidão, na época, fundou a Sociedade Antiescravidão Brasileira.
 A instituição viria a influenciar a abolição de 1888. Joaquim Nabuco passou a residir no Rio de Janeiro depois de eleito deputado por Pernambuco. E m1883, já havia publicado em Londres a obra “O Abolicionismo”.
 Depois da 
Proclamação da República, em 1889, manteve-se convicto a favor da monarquia, negando-se servir ao novo governo republicano como diplomata, afastado da vida pública, passou a se dedicar exclusivamente aos estudos. Nessa época, viveu no Rio de Janeiro, trabalhou como advogado e jornalista. 

Era colaborador da “Revista Brasileira” e amigo de Machado de Assis, José Veríssimo e Lúcio de Mendonça. Retornou a exercer a diplomacia em 1901, como embaixador do Brasil em Londres e posteriormente em Washington.
 No ano de 1906, presidiu, no Rio de Janeiro, a III Conferência Panamericana que visava unir os países das Américas. Em 1908, tornou-se doutor em letras pela Universidade de Yale (EUA), e foi o orador da colação de graus da Universidade de Chicago e Universidade de Wisconsin.
 Também morou na Inglaterra e na França. Ajudou a fundar a ABL – Academia Brasileira de Letras- junto com seus amigos literatos Machado de Assis, José Veríssimo e Lúcio de Mendonça. Sua cadeira na ABL tinha como patrono Maciel Monteiro. Conta a história que Machado de Assis tinha uma foto de Nabuco em sua casa.

Trecho de um discurso de Joaquim Nabuco:


“A nossa constituição não é imagem dessas catedrais góticas edificadas a muito custo e que representam no meio da nossa civilização adiantada, no meio da atividade febril do nosso tempo, épocas de passividade e de inação; a nossa constituição é pelo contrário de formação natural, é uma dessas formações como a do solo onde camadas sucessivas se depositam; onde a vida penetra por toda a parte, sujeita ao eterno movimento, e onde os erros que passam ficam sepultados sob as verdades que nascem.”

sábado, 13 de agosto de 2011

Olodum promove campanha pela paz em homenagem aos 213 anos da Revolta dos Búzios

O projeto itinerante será levado a diversos bairros da cidade. Dia 28, o Olodum fará show gratuito no Dique do Tororó

Uma das marcas do Olodum são as letras de protesto social


Depois de participar, ontem, de uma passeata em homenagem aos Heróis do Brasil - João de Deus do Nascimento, Manoel Faustino, Luis Gonzaga das Virgens e Veiga e Lucas Dantas do Amorim Torres -, soldados que foram enforcados e esquartejados em praça pública a 213 anos, configurando a primeira revolução social do Brasil; a banda agora segue com um agenda extensa de atividades educativas pelos bairros de Salvador.

O encerramento do mês de homenagens (ver programação abaixo) à Revolta dos Búzios acontece no Dique do Tororó, dia 28 de agosto, quando o bloco afro fará um show aberto e promete atrair grande público. Foi ali que os líderes do movimento contra a escravidão se encontraram pela última vez, antes de serem presos e enforcados. O projeto vai levar o show a outros bairros da cidade. “Essa é também uma campanha pela paz. Estamos precisando”, diz João Jorge, presidente do grupo.


"Essa é também uma campanha pela paz. Estamos precisando", diz João Jorge


Heróis da Pátria

Símbolo de resistência e coragem, a Revolta dos Búzios, também chamada de Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, completou 213 anos no último dia 12. Em março desse ano, a presidente Dilma Roussef sancionou um decreto que inscreve os nomes dos quatro líderes no livro de heróis da pátria, depositado no Panteão da Pátria e Liberdade. Em Salvador, é possível ver os bustos de bronze dos mártires da revolução na Praça da Piedade.

Revolta dos Búzios 

A Revolta dos Búzios é a insurreição pela liberdade que levou quatro jovens baianos à forca. Em agosto de 1798, jovens negros baianos organizaram um movimento e saíram às ruas para defender a liberdade e o fim da escravidão. A mobilização entrou para a história como a Revolta dos Búzios e custou a vida de quatro jovens rebeldes, que por ordem da corte portuguesa foram perseguidos, presos e enforcados.


Programação - OLODUM pela paz:
Dia 14 - Ensaio especial em homenagem aos Pais da Pátria - Largo Pedro Arcanjo - Pelourinho
De 12 a 28 de agosto de 2011 - Uma reflexão da promessa de igualdade no Brasil
Dia 28 - Olodum bairro a bairro - Dique do Tororó - Video conferencia sobre a Revolta dos Búzios e a igualdade no Brasil. Olodum & UNEB.



Fonte: iBahia.com

213 anos da Revolta dos Búzios: Heróis Negros do Brasil


Líderes são reconhecidos como heróis nacionais

HISTORIA - Lei inclui Revolta dos Búzios como marco pelos ideais de liberdade

Há exatamente 213 anos Salvador foi palco de um dos mais Importantes movimentos libertários do País: a Revolta dos Búzios. Hoje a população baiana celebra o episódio marcado pela participação popular e comemora o reconhecimento dos quatro lideres negros do movimento como heróis nacionais. No último dia 4 de março, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.391, que determina a inscrição dos no-mesdos líderes da Revolta dos Búzios no Livro de Aço dos Heróis Nacionais.

Os quatro líderes João de Deus do Nascimento (24 anos), Lucas Dantas de Amorim Torres (24), Manuel Faustino Santos Lira (23} e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga (36) foram enforcados e esquartejados na Praça da Piedade (Centro) pois reivindicavam os ideais de liberdade e igualdade racial no País. Em 2004, a Prefeitura de Salvador homenageou os heróis com a colocação dos bustos dos mártires no local. Após ação de vândalos, os bustos foram retirados para restauração.

"O reconhecimento deles como heróis da pátria é um fato extraordinário no Brasil. A história oculta desses lideres transformou-se em uma história popular. Eles são os primeiros baianos que se tornam heróis nacionais. Esse reconhecimento é um momento multo Importante para todos aqueles que lutam pela igualdade no País", destacou o presidente do bloco Olodum, João Jorge Rodrigues.

O reconhecimento da importância dos lideres do movimento surgiu a partir do projeto de lei do deputado federal Luiz Alberto (PT), em 2009. "Guando apresentei o projeto de lei, por sugestão do bloco Olodum, não houve resistência da Câmara e foi aprovado em um tempo rápido. Quando chegou às mãos da presidente, foi logo sancionado. Uma vitória para o povo brasileiro", disse.

inspirado nos ideais da fase popular da Revolução Francesa. o movimento também conhecido como Conjuração ou inconfidência Baiana, Revolta das Argolinhas ou dos Alfaiates ocorreu em agosto de 1798. Contou com a participação de escravos e seus descendentes, pretos e pardos, soldados, pequenos comerciantes, artesãos e mulheres negras.



Homenagens


Diversos eventos acontecem hoje na cidade em homenagem àqueles que deram a vida na luta pela independência e mudança social na Bahia. A Escola Criativa Olodum e demais grupos culturais realizam uma caminhada, às 15h. com saída da Praça da Piedade até a Praça Municipal exaltando os heróis da revolta. Em seguida, às 17h, a Secretaria Estadual de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon, realiza a conferência "Revolta dos Búzios: Heróis Negros do Brasil", no salão do Palácio Rio Branco (Praça Municipal). Na ocasião, textos e documentos históricos sobre a revolta serão lançados.

"Naquele momento estes líderes foram extremamente revolucionários para o seu tempo. Eles exerceram política em um momento que esse papel era restrito às pessoas da elite. Quem sabe agora com esse reconhecimento possamos olhar para as pessoas populares com um pouco mais de credibilidade e confiança", frisou a historiadora e doutoranda em história econômica pela Universidade de São Paulo, Patrícia Valim que participará da conferência.

"Revolta dos Búzios: Heróis Negros do Brasil", com Ubiratan Castro de Araújo, no centro.




Publicado pelo jornal A Tarde - em 12 de agosto, 2011.

A história viva dos anos da ditadura

O livro 68 a geração que queria mudar o mundo é um calhamaço de 690 páginas que, em vez de assustar pelo peso e volume, deixa em toda a gente um fascínio. Explico, ou tento explicar. De agora em diante, ele será um volume de consulta obrigatória, para que não se cometam mais tantos atentados à história e à verossimilhança em telenovelas, peças e filmes no Brasil, quando o assunto for ditadura. 

Organizado por Eliete Ferrer, publicado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, no livro participam 100 autores em 170 relatos. Em mensagem coletiva no grupo da internet “os amigos de 68”, Eliete informa que nele se encontram “histórias reais ocorridas desde 1964 até a abertura política - nas reuniões, na militância, nas manifestações, nas discussões, na prisão, nas ações armadas ou não, nos treinamentos, na clandestinidade, no Brasil ou no exterior, no exílio. O diferencial do nosso livro caracteriza-se pela revelação do lado humano e afetivo daqueles que não aceitaram a prepotência do Golpe de 64, concebido e engendrado nos Estados Unidos”.

 



De fato, se em alguns relatos individuais as angústias e o heroísmo de militantes socialistas nem sempre se acham realçados, na maioria dos textos e no seu quadro geral se depreende uma história rica da vida de jovens, de homens e mulheres na última ditadura, que, setores à direita queiram ou não, está na agenda do mundo político do Brasil. O livro vem numa luta que exige resposta da civilização brasileira aos assassinatos até hoje encobertos. Mais precisamente, na batalha incansável dos familiares dos mortos que continuam a busca dos corpos dos filhos, pais e irmãos. “68 a geração que queria mudar o mundo” é parte ativa da consciência do país que deseja uma punição exemplar para crimes contra a humanidade, que são imprescritíveis por todas as convenções internacionais do Direito. 



O melhor e mais agradável em 68 a geração que queria mudar o mundo é que ele não é um volume de teses. Em seu conjunto lêem-se relatos plenos de frescor, isso quer dizer, de sangue vivo, da hora, recuperado com o frescor da memória. É um livro necessário, porque nele estão as chamadas fontes primárias, as pessoas fora dos arquivos, contando o que viveram, penaram ou mesmo imaginaram nos anos do terror da ditadura brasileira. Delas vêm os documentos primários da luta dos malditos anos. É um livro urgente, para ser lido e divulgado. 

Nele hão de se debruçar historiadores, roteiristas, cineastas, teatrólogos e jovens de todo o gênero e escolas para que compreendam o mundo que ainda lhes é desconhecido, de pessoas iguais a eles, que viveram, morreram ou escaparam por um triz, em situação-limite. São relatos da vida clandestina, de acontecimentos inimagináveis de “expropriações revolucionárias”, ou como a repressão as chamava, de assaltos a bancos por terroristas. Histórias de treinamento de guerrilha no Brasil, um documento vivo e inédito, e de amor, do amor que sobrevivia entre as porradas e tensões. 



O curioso, para muitos, é que nele há também lugar para o humor, pois que os tempos eram duríssimos, mas os homens além do terror e crimes sofridos, também possuíam ou procuravam motivos para rir. Como neste caso, digno de Stanislaw Ponte Preta, o grande humorista que desmontou o ridículo da ditadura brasileira. Copio trecho do depoimento de Emílio Myra e Lopez: 

“Um colega seu de ofício (do advogado Lino Ventura) defendia uma mulher e durante o seu processo ocorre o fato, verídico e registrado em seus autos. O advogado de sua defesa inquire o sargento, sua testemunha de acusação. 

- Senhor sargento, por que o senhor acusa minha cliente de ser subversiva? 

- Pelo material apreendido em sua casa – responde. 

- Mas, especificamente, que material? 

- Umas cartas... 

O advogado prossegue. 

- Sargento, seriam estas castas, às quais se refere? 

- Sim, senhor, são estas cartas. 

- Mas sargento, estas cartas estão escritas em idioma francês, o senhor tem conhecimento do idioma francês? 

- Não senhor – responde o sargento para espanto e risos no plenário. 

Insiste o advogado. 

- Senhor sargento, se o senhor não conhece o idioma francês, como pode, por estas cartas, acusar minha cliente de ser subversiva? 

- Mas é claro – prossegue convicto o sargento – eu li nas entrelinhas”. 

Há outros, muitos outras histórias, casos, depoimentos, poemas, entre o drama, o trágico e a comédia. Há pelo menos 169 outros relatos. Mas tenham pena deste digitador. Leiam o livro.

Fonte:  Opera Mundi

12 de agosto de 1984: Tancredo é lançado candidato à Presidência


“Nosso propósito é presidir o grande acordo nacional para a transformação do Brasil em um país restaurado em sua honra, em sua riqueza e sua dignidade”, disse Tancredo Neves no discurso que pronunciou após a homologação de sua candidatura pela Convenção do PMDB.
Tancredo recebeu 656 votos dos 688 depositados nas urnas, enquanto seu companheiro de chapa, José Sarney teve 543 votos. Em seu discurso de 50 minutos, interrompido 60 vezes pelos aplausos das três mil pessoas que lotavam as galerias da Câmara dos Deputados, Tancredo assumiu o compromisso de convocar uma Constituinte “com a urgência necessária”, combater de forma não recessiva a inflação, apoiar a empresa nacional e renegociar a dívida externa. Além disso, o então futuro Presidente expôs toda sua plataforma de ação, que ia desde a restauração das eleições diretas em todos os níveis até promessas de reestruturar a Federação, assegurar terras dos índios, promover a reforma tributária e encarar a integração do Nordeste como a “maior e mais importante prioridade nacional”.

“O povo brasileiro reclama mudanças, e iremos promovê-las. Não faremos apenas um governo de transição. Nosso propósito é o de presidir o grande acordo nacional para a transformação do Brasil”, prometia o então governador de Minas Gerais. O lançamento da candidatura de Tancredo foi apenas o início da bela caminhada rumo à redemocratização, cujo ápice se daria no ano seguinte, quando a chapa Tancredo-Sarney era eleita para governar o país.

Apesar da trajetória emocionante, a história não teve um final plenamente feliz. Em 14 de março do ano seguinte, na véspera de sua posse como Presidente, Tancredo adoeceu gravemente e morreu 39 dias depois, sem ter assumido o cargo executivo mais importante no Brasil, que estava emocionado com o fim da ditadura. Com a morte de Tancredo, Sarney assumiu a Presidência, permanecendo no posto até 1990. 

No dia do lançamento de sua candidatura, contudo, Tancredo trilhava outros rumos para o futuro do Brasil: 

“O nosso pacto social afasta desânimos e ressentimentos, covardias e represálias, acomodações e revanchismo, para abrir o país a uma nova estação na história. Não será um tempo de milagres, nem de ostentação constrangedora. Tudo faremos para que os brasileiros tenham direito ao trabalho, à honra e à liberdade. Para essa Luta, em nome da Aliança Democrática, conto com a ajuda de Deus e a força do povo”.


Fonte: historica.com.br/hoje-na-historia