♪ Nasce o sol a 2 de julho, brilha mais que no primeiro. É sinal que neste dia, até o sol é brasileiro ♪

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO NA MÍDIA

OPINIÃO: DESENVOLVER LEITURA E INTERPRETAÇÃO É O DESAFIO DA ESCOLA

A leitura vai muito além dos clássicos; ela é usada em todas as disciplinas; é preciso repensar a forma como a prática é trabalhada

Certa vez, ao iniciar um curso sobre leitura numa pós-graduação, houve uma mudança na sala onde as aulas seriam ministradas. Muito cuidadosa, a professora, além de deixar um comunicado no site onde havia informações práticas, colocou no antigo local um aviso sobre a troca.
Com um bom tanto de atraso, alguns alunos, ao chegar, comentaram que ficaram esperando na outra sala e que só foram para o novo espaço quando informados por um funcionário. A professora não se conteve e disse em tom de ironia: “Estamos começando bem nosso curso de leitura!”. Isso ocorreu há alguns anos, mas nunca esqueci. Inclusive, faz pensar o quanto deixamos de nos informar nas coisas da vida pela falta de hábito de ler sobre elas.
Um exemplo clássico é não consultarmos os manuais de instrução dos produtos que compramos. Isso é comum entre os brasileiros. Muitos batem cabeça tentando adivinhar como funciona um aparelho eletrônico novo – diante do livro que o acompanha, nega-se a estudá-lo e assim usufruir melhor da nova aquisição. Além da falta de curiosidade sobre materiais impressos, muito provavelmente falta a humildade de reconhecer que não se sabe tudo.
A escrita é uma forma de comunicação. Sua interpretação permite às pessoas transitar melhor pela vida, tornando as coisas mais eficientes e funcionais. Ficam sabendo o que é realmente necessário fazer (quantas vezes não reclamamos que não fomos informados de algo?), tomando consciência daquilo que as envolve.
Como os contratos de trabalho ou de compra e venda, que muitas vezes são assinados sem o pleno conhecimento de seu conteúdo. Nesses casos, as consequências são mais desastrosas.
O que será que acontece? Será pura preguiça? Ou ainda não nos demos conta da necessidade da leitura como ferramenta prática para o nosso dia a dia?

Em nosso país, a prática de ler parece associada a algo ruim ou elitizado. Ler é para poucos ou para aqueles que não sabem aproveitar outras coisas. Nem todos gostam de ler um livro, é certo. Porém, não só para decifrar livros a leitura serve.
Os primeiros contatos que um indivíduo estabelece com algo ou alguém é muito importante - determina como será a relação deles no futuro. Com a leitura não é diferente, o que se dá principalmente na escola, sendo necessário repensar como ela tem sido trabalhada. No geral, seu aprendizado é algo difícil, que expõe (leituras em voz alta na frente da classe), enfadonho, sem sentido, com literatura pouco adequada... Enfim, algo para cumprir mais uma obrigação escolar.
A leitura vai muito além dos clássicos literários. Ela é usada em todas as disciplinas: matemática, física, química, ciências... Desenvolver a capacidade leitora e interpretativa de seus alunos é o principal desafio da escola.
No entanto, sua aprendizagem formal parece desvinculada da realidade do dia a dia, deixando-a sem sentido para os pequenos aprendizes. E adolescentes também. Aprende-se tantas coisas (no futuro tem o vestibular), que algumas básicas, como direito civil, por exemplo, não se tem a mínima noção. Ou a importância de se estar informado, lendo as coisas que fazem parte de seu cotidiano.
Ler e interpretar o que foi lido é de extrema importância para cada um de nós. Que chegue logo o tempo que isso se torne natural para o nosso povo.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)
Fonte: todospelaeducacao.org.br

UNE promove encontro de negros, negras e cotistas

A previsão é de que cerca de 600 pessoas - entre estudantes, militantes e observadores - participem do III Encontro de Negros, Negras e Cotistas da UNE (União Nacional dos Estudantes). O evento, que incluirá, entre as atividades, debates, palestras e apresentações musicais, será realizado em Salvador, nos dias 20, 21 e 22 de maio. Esta terceira edição tem como objetivo levar os participantes a refletirem sobre o tema que dá nome ao encontro. “O Brasil após a expansão das políticas de ações afirmativas”.

“O III ENUNE 2011 abrirá um espaço para os estudantes pensarem a política de cotas, que hoje já é uma realidade em mais de 70 instituições públicas de ensino superior no Brasil, mesmo que encontre  resistências em setores da sociedade. Nosso objetivo é avaliar os avanços e pensar em perspectivas futuras, o que significa avaliar estes programas (de concessão de cotas para estudantes afrodescendentes) e traçar diretrizes”. A avaliação é de Cledisson Junior, de 27 anos, diretor, desde 2009, da Diretoria de Combate ao Racismo da UNE, organismo criado em 2001, e cuja finalidade, ainda segundo Cledisson, é contribuir para a democratização do acesso à universidade, que deve estar aberta a esta parcela da população do país, que representa 50,6% do total dos brasileiros. “Além de estabelecer uma articulação entre a rede do movimento estudantil e os movimentos negros”, afirma o dirigente, que é aluno do curso de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).

Os encontros para discutir as relações entre negros e a educação universitária promovidos por este organismo da UNE são bienais. No primeiro deles, realizado em 2007, os alunos e demais participantes discutiram o papel da União Nacional dos Estudantes no combate ao racismo, assumido como fator presente nas relações sociais e nas instituições do país. Já o segundo encontro, ocorrido em 2007,” teve como proposta a apresentação de ações de apoio da entidade à política de cotas raciais”, completa Cledisson Junior. 

Para os interessados em participar do II IENUNE 2011, a Diretoria de Combate ao Racismo da UNE informa os seguintes endereços:


Fonte: abong.org.br

Egiptomania

O fascínio pelo Egito Antigo é algo inexplicável, diz professor de História antiga



Ir ao Egito era um sonho distante para qualquer pesquisador brasileiro solitário na década de 1970. Era uma época em que não se pensava em Internet, o luxo dos documentários via TV a cabo era inimaginável e a Egiptologia chegava até nós por intermédio de algumas livrarias, pequenos eventos e conversas. O Museu Nacional era um dos poucos lugares de “salvação”.

O fascínio pelo Egito Antigo é algo meio inexplicável, independente do mistério que o cinema e a literatura fantástica têm criado. O que acontece é que somos tocados na alma por alguma coisa. É um momento mágico quando verbalizamos nossa decisão: “É isso que vou estudar!” Em 1976, aos 15 anos, iniciei essa jornada.

Pesquisei muito, li tudo e fiz todos os cursos que podia sobre o tema. Meu fascínio não era a grandeza das pirâmides, mas as práticas religiosas; não era a riqueza dos faraós, mas a vida naquela época e a sua magia. Em 1995, quase vinte anos depois, fiz minha primeira viagem ao Egito.
Olhar as construções milenares no horizonte foi fascinante, e lembro bem que, quando estava diante da Grande Pirâmide, me senti engolido por sua “monumentalidade”. Os livros e documentários não têm como transmitir tamanha magnitude: é preciso estar lá. Dentro da pirâmide, muitas coisas me vieram à mente. Eu a conhecia, sabia onde estava tudo, podia explicar e falar das teorias sobre o monumento e suas câmaras. Mas os livros não fazem com que você sinta o toque na pedra, o frescor do ar, a dificuldade de se locomover, a sensação de grandeza, a atmosfera de paz e de aventura – é inevitável sentir-se um Indiana Jones.
Esta sensação se repetiu em várias partes do Egito. O complexo templário de Karnak – seguindo para Luxor, ao sul – é de deixar qualquer um desconcertado. Não só pela altura das colunas, mas pela dimensão e complexidade da área construída, a quantidade de capelas, templos e obeliscos. É fascinante sentir o clima e a atmosfera locais, que também não podem ser totalmente apreendidos nas fontes tradicionais de estudo.
Visitei sozinho a tumba do faraó Mer-em-Ptah, meu objeto de estudo na época. Ele era filho de Ramsés II e ficou conhecido pela “Estela de Israel”, inscrição na qual cita a conquista dos israelitas.  Enquanto descia, via as paredes com figuras e inscrições. É incrível poder ler parte delas e reconhecer divindades e cenas familiares. Estar só, descer dezenas de metros à meia-luz e chegar à câmara do sarcófago foi muito emocionante. Sentei em uma pedra diante do sarcófago e ali fiquei por quase uma hora.
Tentei, na medida do possível, levar estas sensações para os meus estudos e para as minhas aulas. Hoje em dia, em um projeto que estuda Egiptomania – o uso de elementos egípcios em outros contextos, desde a Antiguidade até a modernidade – e Egiptosofia – o uso das práticas religiosas egípcias pela modernidade –, tentamos compreender o fascínio que esta civilização desperta em nossas mentes. Será o mistério das lendas? Esse mistério é gerado pela mídia, pelo cinema, pela literatura ou pela grandeza dos monumentos? Será que existe algo que não conseguimos apreender? Talvez eu ainda esteja querendo encontrar uma resposta para o meu encanto pelo Antigo Egito.

Julio Gralha é professor de História Antiga e Medieval da Universidade Federal Fluminense (UFF-PUCG Campos) e autor de Deuses, faraós e o poder: legitimidade e imagem do Deus dinástico e do monarca no Antigo Egito (1550-1070 a.C.) (Barroso Produções, 2002).

Fonte: revistadehistoria.com.br

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Peru: encontrado túmulo de governante pré-inca de 1200 anos

Arqueólogos peruanos encontraram o túmulo de um alto governante da cultura Wari de mais de 1.200 anos, em um centro cerimonial arqueológico de Cuzco (sul), informou nesta quarta-feira o Instituto Nacional de Cultura (INC).
"Encontramos o túmulo do Senhor de Wari coberto com duas lajes de pedra, e leva consigo um peitoral, braceletes e cetros de ouro e prata" disse à imprensa o diretor do INC em Cuzco, Juan García.
O túmulo do antigo dirigente foi encontrado na cidade arqueológica de Espíritu Pampa, na província de La Convención, em Cuzco (1.100 km a sudeste de Lima).
"Essa descoberta está à altura do senhor de Sipán (encontrado no norte peruano em 1987) e mudará parte da história Inca e da região", afirmou García.
Junto com o túmulo, em perfeito estado, também foram encontradas cerâmicas, joias de ouro, prata e fragmentos de tecidos com influência da cultura Wari.
A cultura Wari foi uma civilização que floresceu no centro dos Andes entre os anos 600 e 1200, antes do império Inca, que teve Cuzco como capital.
Fonte: AFP

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  • Documentos da maçonaria encontrados em saco de lixo em SP


    Há um ano, quando pisou no Museu Maçônico do Palácio do Lavradio, no Centro do Rio, com a incumbência de recuperar o acervo, o restaurador Tércio Gaudêncio não tinha ideia de que seu trabalho seria muito maior. Até hoje, ele revira os sacos de lixo onde foram despejados livros e documentos históricos. A maioria traz informações sobre a Maçonaria e o Brasil Império. Gaudêncio conta que, se não tivesse passado pelo depósito do prédio, não teria esbarrado naquele “tesouro”, que agora passa por restauro em São Paulo.
    “Estava tudo em 251 sacos pretos de lixo de cem litros. Sem saber o que tinha dentro, fomos abrindo documento por documento e começamos a descobrir coisas fantásticas”, diz o restaurador em sua oficina, na Zona Sul da capital paulista. Entre os documentos recolhidos, o especialista, dono de uma empresa de restauração, aponta raridades. Ele calcula que trouxe em três caminhões para São Paulo cerca de 17 mil documentos, sete mil livros, 30 gravuras e 13 quadros.
    Uma das raridades é um decreto do rei português D. João VI, datado de junho de 1823, com, entre outras, a seguinte ordem contra os maçons: "todas as sociedades secretas ficam suprimidas (...) e nunca mais poderão ser instauradas". No acervo, há ainda atas de reuniões da Maçonaria no século 19 e documentos sobre a proclamação da independência do Brasil.
    Agora bem guardada em uma caixa está uma Bíblia, que, segundo Gaudêncio, é de 1555 e foi escrita em aramaico, grego antigo e latim medieval. “D. Pedro I ganhou quando se casou. Só existem três edições desta no mundo”, afirma ele sobre a raridade. A publicação ficava exposta aos visitantes em uma vitrine, o que não impediu o estrago. “Jogaram a capa original fora e colocaram outra com uma cola muito ruim”, conta Ruth Sprung Tarasan, uma das coordenadoras do trabalho de restauro.
    Fonte: correiodoestado.com.br

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  • O Tratado de Tordesilhas dos museus

    Em entrevista, presidente e coordenadora do Ibram falam sobre estudo que mapeou instituições de preservação de memória e identidade no país

    “Ainda não passamos o Tratado de Tordesilhas”, assim resumiu o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), José do Nascimento Jr., sobre um dos resultados do estudo “Museus em números”, feito pela instituição e que ainda não foi publicado sobre os centros de preservação de memória e identidade no país. Sob a supervisão de Rose Miranda, coordenadora geral de Informações Museais do Ibram, o relatório mostra uma concentração dos museus nas áreas mais ricas e que já têm bastante acesso aos bens culturais.
    Mas como disse Rose, em outro contexto, “o museu não é uma ilha isolada das questões sociais”. Ele representa a sociedade no que ela tem de melhor ou pior. No que ela escolheu para servir de sua memória e de base fundadora de sua identidade.
    Veja como foi a entrevista com os dois na galeria recém-reaberta do Museu Nacional de Belas Artes, diante do quadro “A batalha dos Guararapes”, de Victor Meirelles de Lima. Eles falaram sobre essa espécie de censo, que mostra como o Brasil tem, hoje em dia, mais de 3 mil instituições museais, mas também sobre políticas de capacitação, o crescimento do interesse na memória, desde a década de 1950, a importância dos museus comunitários e de outros como o da Língua Portuguesa, em São Paulo, além de temas mais controversos como as sociedades dos amigos e as direções das instituições.





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    sábado, 19 de fevereiro de 2011

    Brasil se diz satisfeito com acordo do G20 sobre indicadores econômicos


    Após tensos debates, sobretudo com a China, os ministros da Economia dos países do G20, reunidos em Paris neste sábado, conseguiram fechar um acordo sobre os indicadores que irão medir os desequilíbrios macroeconômicos entre os países.
    China é principal obstáculo para acordo no G20 
    Os novos indicadores incluem a taxa de câmbio, elemento que o governo brasileiro brasileiro avalia como “muito positivo”.
    A China, que até os últimos instantes estava bloqueando as negociações, aceitou, contrariando as expectativas gerais, incluir a taxa de câmbio como um dos elementos que vão ser levados em conta para definir os déficits ou superávits excessivos dos países.
    O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil “saiu satisfeito com esse acordo” porque ele contemplou muitos aspectos importantes para o Brasil.
    “Nós chegamos a um acordo para colocar os vários indicadores que interessavam ao Brasil, particularmente. O principal para nós eram as contas externas e taxa de câmbio”, disse Mantega.
    “O Brasil está plenamente satisfeito porque (o acordo) aponta alguns desequilíbrios externos que indicam que existe guerra cambial, que existem países com o câmbio mais valorizado do que outro. Portanto, vai na direção que o Brasil gostaria”, disse o ministro.
    Fonte: g1.globo.com

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  • domingo, 13 de fevereiro de 2011

    XI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais


    CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais


    De 07 a 10 de agosto, acontecerá no campus de Ondina da Universidade Federal Bahia (UFBA) o XI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. O evento, pela primeira vez em Salvador, tem como tema as "Diversidades e (Des)Igualdades", que serão discutidos em 11 eixos temáticos.
    Durante o evento, especialistas em Ciências Sociais e Humanidades de diversos países – especialmente Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Portugal e Brasil – estarão reunidos para debater a diversidade e complexidade de suas sociedades, privilegiando um enfoque comparativo e confronto de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas.
    A comissão organizadora desta edição do congresso é composta por pesquisadores de todas as universidades públicas da Bahia, e coordenada pelo Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da UFBA.
    |Serviço|
    XI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais
    Quando: 07 a 10 de agosto de 2011.
    Onde: Campus de Ondina – UFBA.
    Quanto: R$ 40,00 a R$ 120,00, a depender da modalidade, até o dia 15 de fevereiro. Após esta data, os valores serão reajustados.
    Inscrições e mais informações: www.conlab.ufba.br

    sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

    Após 30 anos no poder, ditador Hosni Mubarak renuncia no Egito



           Após 18 dias de intensos e violentos protestos que tomaram diversas cidades do Egito, o ditador Hosni Mubarak, 82, renunciou ao poder depois de comandar uma ditadura com mão de ferro durante 30 anos. O anúncio foi feito pelo vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, na TV estatal. Em poucos minutos, centenas de milhares estavam em festa e aos gritos na praça Tahrir, epicentro das manifestações de oposição.
        "Presidente Hosni Mubarak decidir renunciar como presidente do Egito", disse Suleiman, em um breve anúncio, acrescentando que o poder foi entregue às Forças Armadas.
    Manifestantes antigoverno tomam as ruas da litorânea Alexandria,
    segunda maior cidade do Egito, no 18º dia de protestos 
         Segundo Suleiman, a decisão foi tomada diante das "difíceis circunstâncias pelas quais o país passa".
         A saída de Mubarak solidifica a crise no mundo árabe, sendo a segunda ditadura a ruir na região em menos de um mês. Ainda no dia 14 de janeiro a Revolução do Jasmim levou o ditador da Tunísia, Zine el Abidine Ben Ali, a abandonar o país, em meio ao movimento que se alastrou para outros países, causando protestos na Mauritânia, Argélia, Jordânia e Iêmen.
         Após o anúncio, uma explosão de alegria tomou as ruas do Cairo. Centenas de milhares de egípcios agitaram bandeiras, choraram e se abraçaram em celebração. "O povo derrubou o regime", cantavam em coro.
         A renúncia ocorre menos de 24 horas depois de fortes rumores de sua saída imediata do poder. Na noite de quinta-feira, Mubarak discursou à nação e disse que passava parte de seu poder a Suleiman, mas permaneceria até setembro - quando estão previstas eleições presidenciais. O discurso de "fico" causou fúria nos manifestantes que marcharam em direção ao Palácio Presidencial aos gritos para que deixasse o poder.
    Aos 82 anos, Hosni Mubarak renunciou ao comando
    do Egito após três décadas à frente da ditadura no país
     
       O ditador Mubarak ascendeu na Força Áérea - principalmente pelo seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel -- e tornou-se vice-presidente em 1975. Ele assumiu a Presidência quando islamitas mataram a tiros seu antecessor, Anwar Sadat, em um desfile militar em 1981.
         Mubarak se beneficiou de artigos da Constituição egípcia que ditam mandatos presidenciais de seis anos com um número de reeleições indefinidas. Além disso, alterações à lei fizeram com que a vitória de candidatos de outro partido que não o seu fosse praticamente impossível.
       Sob denúncias de corrupção e em meio a diversas acusações de abusos de autoridade e prisões tornadas possíveis devido ao estado de emergência, em vigor há 30 anos no país, a imagem de Mubarak deteriorou-se ao longo dos anos.
    Aliado de Washington na região, o ditador usufruía de boas relações com o Ocidente embora fosse fato conhecido de que seu governo era uma ditadura de mão de ferro.
        Mubarak também era bem visto por ter mantido um acordo de paz com Israel, assinado em 1979, país com o qual o Egito travou três guerras.
        Nas eleições legislativas de novembro passado, o partido de Mubarak ganhou cerca de 90% dos assentos no Parlamento, que viu a principal oposição islâmica perder todos os seus 88 lugares, garantindo ao partido de Mubarak as decisões do Parlamento e apertando o punho Mubarak no poder.
    Egípcios gritam frases contra o ditador Hosni Mubarak durante protesto na praça Tahrir, centro do Cairo

     SAÍDA DO CAIRO

       Em uma tentativa de acalmar os manifestantes, Mubarak anunciou dias atrás que não concorreria às eleições presidenciais de setembro próximo, mas alertou que ficaria no poder até lá para evitar o "caos" no país. Ele mandou ainda seu vice, Omar Suleiman, negociar com a oposição --oferta que foi rejeitada. Os manifestantes exigiam que Mubarak deixasse o poder antes de iniciar qualquer diálogo.
        Mais cedo, o porta-voz do partido de Mubarak havia confirmado que o mandatário e sua família viajaram para o balneário de Sharm el-Sheikh, no mar Vermelho.
      "Ele está em Sharm el-Sheikh", afirmou Mohammed Abdellah, do Partido Nacional Democrático.
        Pouco antes, fontes ligadas ao governo informaram que Mubarak e a família haviam deixado o Cairo nesta sexta-feira, mas sem deixar claro qual era o destino.
       A TV estatal egípcia informou também que uma importante declaração de Mubarak será transmitida em breve, mas não deu mais detalhes.
          A edição digital do jornal pró-governo "Al Ahram" afirma, citando fontes próximas às Forças Armadas, que Mubarak esteve em uma base militar durante as últimas 48 horas para garantir sua segurança.
         O jornal diz ainda que, "devido à situação na capital, foi impossível para o presidente mover-se com segurança com sua comitiva habitual".
           A informação sobre a viagem de Mubarak também foi divulgada pelas redes de TV árabes Al Arabiya e Al Jazeera. Sharm el-Sheikh, localizado no extremo sul da península do Sinai, é o local em que Mubarak costuma receber personalidades estrangeiras e realizar conferências internacionais.

    PROTESTOS

           Os violentos protestos registrados no Egito por mais de duas semanas registraram quase 300 mortes, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), além da morte de jornalistas e diversos ataques à imprensa.
           Iniciadas no Cairo, as manifestações se espalharam por outras cidades, como Alexandria e Suez.
          O Exército teve um papel crucial desde o início da crise, por vezes apoiando a população mas em algumas ocasiões também abrindo fogo contra os manifestantes.
           Nesta sexta-feira, centenas de milhares de pessoas fizeram orações na praça Tahrir, onde clérigos traçaram paralelos entre a luta dos manifestantes contra Mubarak e a do profeta Moisés com o antigo faraó. "Que Deus force os opressores para fora!", os clérigos diziam. "Amém, amém", respondiam os fiéis. Depois, seguiram para o palácio presidencial.
         Do lado de fora do prédio, homens rezavam atrás de veículos blindados. Os militares não interferiram, apesar de eles terem bloqueado as principais ruas que levam ao palácio, um grande complexo onde Mubarak conduz a maioria de suas tarefas oficiais.
         "Abaixo, abaixo Hosni Mubarak!", cantavam os manifestantes. Centenas deles andaram por mais de uma hora para chegar até o palácio na noite de quinta-feira, saindo do epicentro dos protestos, a praça Tahrir, no centro do Cairo.
        "Saia! Por que você continua?", gritavam cinco mulheres idosas. "Trinta anos é o suficiente", elas diziam ao ditador, de 82 anos de idade. O número de manifestantes no palácio já era de 2.000 no início da tarde.
       "Não sairemos até que Mubarak renuncie e, se Deus quiser, o protesto de hoje será pacífico", disse Yasmine Mohamed, 23, uma estudante universitária. "Tudo ficará bem e ele renunciará com certeza."
         Um membro de um dos movimentos jovens por trás protestos, que começaram em 25 de janeiro, disse que os manifestantes iriam "tomar o palácio". "Teremos massas de egípcios após as orações de sexta-feira para tomá-lo", disse Ahmed Farouk, 27.
         Na segunda maior cidade egípcia, Alexandria, na costa mediterrânea, centenas de milhares de pessoas foram às ruas após as orações. O xeque Ahmed al Mahalawi, em seu sermão na principal mesquita da cidade, pediu aos fiéis para não desistirem.
        "Não recuem de sua revolução porque a história não irá recuar", afirmou o xeque em um sermão transmitido pela rede Al Jazeera. Mahalawi disse aos fiéis que eles estavam derrubando um "regime corrupto" que não serve para governar.

    terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

    Acabou o Sossego! Volta às aulas...

    Mais um semestre se inicia, rumo à formação profissional. Janeiro terminou e com ele se foram às férias e seu descanso, o que significa que os trabalhos, provas e aulas entediantes estão voltando. Agora não tem mais jeito, quem curtiu as férias curtiu quem não curtiu agora só em julho.

    Depois de mais de dois meses de folga retornamos para o inicio de mais um novo semestre, cheio de planos, promessas e mudanças. Mudar de semestre requer mais maturidade e mais compromisso com os estudos, por isso muitos encaram o novo período como um desafio a ser superado com muito estudo. É claro que mais de dois meses de folga e de pura curtição vão deixar saudades agora que as aulas voltam ao normal.

    Saudade de passar o dia inteiro no computador, de uma tarde de bate papo na praça, daquela viagem tão legal e divertida e das festas... Agora é responsabilidade e comprometimento com os estudos. E o mais interessante... A promessa de não passar mais pelo sufoco de prova final. Dia segunda semana de fevereiro e inicia-se mais um semestre, e com turmas novas. Então vamos estabelecer cada vez mais a interação necessária para que os objetivos traçados por nós alunos, sejam atingidos. 
    Há um sentido para o estudo: buscarmos novos caminhos para a humanidade, pormos em prática o que fervilha dentro de nós, em nossos corações. E as aulas são as ondas que vêm chegando de mansinho e tocam nossos pés, introduzindo o imenso oceano do futuro cheio de oportunidades. A vida terá lembranças de conquista, de luta e perseverança. Os sonhos são para serem alcançados, e o sol vai iluminar cada dia, porque vale à pena, vale a luta, vale tentar. 

    Bons estudos!