♪ Nasce o sol a 2 de julho, brilha mais que no primeiro. É sinal que neste dia, até o sol é brasileiro ♪

domingo, 20 de março de 2011

Os 10 Maiores Escritores Vivos


Todo leitor adora uma lista. Não só adora como também faz listas. É muito provável que você, logo ao ler o título “os 10 maiores escritores vivos”, tenha enumerado alguns nomes inconscientemente. Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo.
Algum tempo atrás, li que Jorge Furtado considerava Kurt Vonnegut o maior escritor vivo. Era a primeira vez que eu pensava nesses termos. O maior sempre fora definitivo, esteve sempre sepultado no passado. Era uma nova perspectiva: quem seriam os escritores fundamentais do nosso tempo, os nossos clássicos.
Vonnegut faleceu em 2007. De lá para cá, perdemos também J.D. Salinger, John Updike, Moacyr Scliar e José Saramago. Mas outros escritores continuaram nos desafiando, provocando, encantando, irritando, divertindo e um punhado de outros gerúndios; escritores com o poder de nos enriquecer culturalmente.
Mais1Livro comprou o desafio de escolher 10 nomes que representam o que temos de melhor na literatura nos dias de hoje. Convidamos escritores, jornalistas, blogueiros e especialistas para ajudar. Cada um ficou responsável pelos seus 10 favoritos e, ao final, os autores mais citados seriam os nossos dez, independentemente de ordem/ranking. Assim foi.
Não nos esquivamos da polêmica. Nossa lista, como todas as listas, passa longe de ser definitiva. Nem temos essa pretensão. Por isso, leitor, gostaríamos de saber os seus favoritos. Deixe comentários, critique, espalhe, participe. Afinal, a literatura está muito mais para pessoal do que universal.
Sem mais, esses são Os 10 Maiores Escritores Vivos de acordo com Mais1Livro.com:
(por ordem alfabética)
John Maxwell Coetzee
Cidade do Cabo, África do Sul, 1940
Prêmio Nobel de Literatura, 2003
Obra selecionada: Desonra
O escritor sul-africano (e australiano desde 2006) J.M. Coetzee não é partidário dos holofotes. Venceu dois Book Prize e não compareceu em nenhum. Nem mesmo no Nobel, recebido em 2003, o escritor deu as caras. Já em 2007 permitiu-se um breve deslize ao apareceu aqui no Brasil, para participar da FLIP. Enquanto suas aparições são raras, seus livros falam muito por si. Em tons predominantemente autobiográficos, Coetzee mostrou-se uma das vozes mais fortes e críticas do continente africano, sendo a política anti-apartheid uma de suas bandeiras.
Umberto Eco
Alexandria, Itália, 1932
Austrian State Prize, 2001
Obra selecionada: O Nome da Rosa
A obra de Umberto Eco nos campos da linguística e da filosofia é muito mais vasta do que na ficção. Por outro lado, não fosse O Pendulo de Foucault,Baudolino e O Nome da Rosa, o italiano provavelmente não estaria nessa lista. Dentre nossos dez nomes, sem dúvida Umberto Eco foi quem produziu o trabalho acadêmico mais rico, sendo considerado um dos semiólogos fundamentais do nosso tempo. O notável O Nome da Rosa não deixa de conter a profundidade crítica característica do intelectual, sendo amplamente considerado um romance filosófico, repleto de referências históricas e literárias.
Rubem Fonseca
Juiz de Fora, Brasil, 1925
Prêmio Camões, 2003
Obra selecionada: Agosto
Entre o final dos anos 80 e começo dos anos 90, o nome de Rubem Fonseca começou a ondular entre alguns círculos literários na Europa e nos EUA, enquanto no Brasil o escritor se consagrava com Agosto. Adepto da ficção histórica e de uma boa história policial, Rubem Fonseca caracterizou-se pela experimentação, pela fusão da linguagem oral com a estética cinematográfica, por descrever um Brasil das ruas: violento, misterioso e dramático. E como se a literatura não fosse o bastante, o mineiro destacou-se também como roteirista, levando às telas alguns dos seus principais romances.
Doris Lessing
Kermanshah, Irã, 1919
Prêmio Nobel de Literatura, 2007
Obra selecionada: A Canção da Relva
Doris Lessing já recebeu todas as honrarias possíveis: do Nobel de Literatura à Ordem do Império Britânico. Já escreveu romances de inspiração feminista e socialista, já protestou contra o racismo e a violência infantil, já morou no Irã, Rodésia do Sul (hoje Zimbábue) e Inglaterra, já escreveu ficção-científica e ficção quase autobiográfica, já publicou alguns livros com o pseudônimo Jane Somers e já escreveu mais de 60 obras, entre ficção, não-ficção, conto e história em quadrinhos. Com 91 anos, Doris Lessing é a escritora mais velha da nossa lista e também a única mulher. Não lhe faltam predicados.
Mario Vargas Llosa
Arequipa, Peru, 1936
Prêmio Nobel de Literatura, 2010
Obra selecionada: A Casa Verde
Em 2010 uma injustiça foi reparada: Mario Vargas Llosa finalmente recebeu o Nobel de Literatura, arrancando saudações que há tempos a Academia Sueca não recebia. Na década de 1960, o peruano fez parte do boom latino-americano, movimento que o consagrou em todo o mundo, juntamente com Júlio Cortazar, Carlos Fuentes e Gabriel García Márquez. Reconhecido como liberal, o escritor foi derrotado na campanha à presidência do Peru em 1990, mas a luta pela liberdade, tema dos seus romances, é uma das suas vitórias incontestáveis.
Gabriel García Márquez
Aracataca, Colômbia, 1927
Prêmio Nobel de Literatura, 1982
Obra selecionada: Cem Anos de Solidão
Se existe um livro que se destaque sobre todos os demais na literatura sul-americana do século XX, este é Cem Anos de Solidão. Mas Gabriel García Márquez é maior que sua obra-prima. Gabo foi a figura central do realismo mágico, o estilo literário que colocou nosso continente na vanguarda da literatura mundial durante os anos 60, e que lhe rendeu um Nobel de Literatura em 1982. Romancista por excelência, mas também contista, jornalista e até cineasta, o colombiano vive hoje na Cuba do seu amigo Fidel Castro, onde se declarou aposentado em 1º de abril 2009. Torcemos para que seja mentira.
Cormac McCarthy
Providence, Estados Unidos, 1933
PEN/Saul Bellow Award, 2009
Obra selecionada: Meridiano de Sangue
Derramamentos de sangue, perseguições pelo faroeste, regionalismos góticos, maratonas pós-apocalípticas: Cormac McCarthy escreve sensacionalmente bem sobre quaisquer desses temas, e se tem algo que ele escreve ainda melhor são diálogos. Ah, como são incomparáveis seus diálogos. McCarthy foi considerado pelo crítico literário Harold Bloom como um dos quatro cânones da literatura norte-americana contemporânea (ao lado de Don DeLillo, Thomas Pynchon e Philip Roth) e seu romance Meridiano de Sangue foi citado pelo mesmo crítico como o melhor livro desde Enquanto Agonizo, de William Faulkner, escritor norte-americano com quem McCarthy é frequentemente comparado.
Thomas Pynchon
Glen Cove, Estados Unidos, 1937
MacArthur Fellowship, 1988
Obra selecionada: O Arco-íris da Gravidade
Denso, complexo, obscuro, desconhecido, Thomas Pynchon é uma figura folclórica. Vive, não sabemos onde (México? Ilha de Lost?), em afastamento total e permanente das mídias de massa e sua foto mais recente é provavelmente essa aí de cima. Mas seu talento precede sua fama. Considerado um escritor pós-moderno/realista histérico, Pynchon utiliza-se de um vasto repertório de temas, da paranoia ao racismo, da metafísica ao rock n’ roll; para criar alguns dos livros mais celebrados das últimas décadas. É provavelmente o escritor mais cool a ter chegado a tamanho nível de criação literária.
João Ubaldo Ribeiro
Itaparica, Brasil, 1941
Prêmio Camões, 2008
Obra selecionada: Viva o Povo Brasileiro
O herdeiro da tradição modernista brasileira da primeira metade do século XX, João Ubaldo Ribeiro já foi considerado um misto de Graciliano Ramos e João Guimarães Rosa. E como um bom modernista, tem o talento de escrever sobre regionalismos ao mesmo tempo em que descrever toda uma nação; de criar personagens com a cara do brasileiro, capazes de rir de si mesmos, explorando o contexto social com ironia e humor. O autor de Viva o Povo Brasileiro eSargento Getúlio é o mais novo da nossa lista. O leitor pode esperar muito ainda desse bom baiano.
Philip Roth
Newark, Estados Unidos, 1933
PEN/Saul Bellow Award,2007
Obra selecionada: Pastoral Americana
Philip Roth é todo ano um forte candidato a levar o Nobel de Literatura. Especula-se que o motivo que o separa do galardão é a contenda política entre a Academia Sueca e os Estados Unidos (desde 1993 nenhum estadunidense é laureado). Sem o Nobel, mas com várias outras premiações: três PEN/Faulkner, dois National Book Award, um Pulitzer de Ficção e a honra de ser o único escritor norte-americano vivo a ter sua obra publicada pela Library of America. O estilo frustrado, íntimo, satírico, engenhoso e provocativo com o qual Roth aborda seus temas favoritos (judaísmo, patriotismo e a própria biografia) o transformaram no escritor mais bem-sucedido da sua geração. Quem disse que o Nobel é tão importante?

Fonte: mais1livro.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário